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Hipertensão Arterial: Um assassino silencioso

Maio 17, 2019

A hipertensão arterial (HTA) sempre foi descrita como um assassino silencioso pela profissão médica, porque a doença     pode existir     sem um    único sintoma por muito tempo. Infelizmente,     a única vez que as pessoas são informadas de sua hipertensão é quando sofrem um derrame ou um ataque cardíaco, quando já é tarde demais para fazer qualquer coisa para salvar o paciente.

É muito raro alguém com pressão sanguínea alta, mesmo grave, apresentar sintomas devido à HTA. Dor de cabeça, com pressão arterial elevada é rara. Muito frequentemente, a HTA só é diagnosticada em exames de rotina. Muitos pacientes ou pessoas vivem com a noção de que podem se dar conta quando sua pressão estiver alta. Este é um equívoco perigoso que deve ser completamente destruído nas mentes do público leigo.

A HTA pode existir por muitos anos sem um único sintoma óbvio que justifique a atenção médica. À medida que a pressão sobe, pode danificar lentamente os rins, o músculo cardíaco e o revestimento dos vasos sanguíneos. Infelizmente, se a pressão arterial não for regularmente monitorada e controlada com medicação adequada, isso pode resultar em complicações dispendiosas irreversíveis, como insuficiência cardíaca, ataque cardíaco, derrame e insuficiência renal.

O Dr. Ellapen Rapiti, Médico de Família, descobriu que grande parte da ignorância     dos pacientes sobre a HTA se deve frequentemente à falha dos profissionais de saúde em não enfatizar aos pacientes a importância de controlarem sua pressão arterial regularmente e por   não lhes    dizerem d forma    reiterada    que a HTA     pode não apresentar sintomas. Ele recorda a um paciente  idoso que teve, que havia sido informado sem qualquer investigação de que ele tinha insuficiência renal e HTA. Ele inocentemente informou ao médico que saltava a medicação de HTA por meses e só usava quando não se sentia bem. Foi um choque para ele e possivelmente para  muitos que neste   momento estão lendo este artigo ou mesmo para a maioria dos pacientes que vem às consultas das nossas unidades sanitárias saber que a HTA pode não   apresentar nenhum sintoma.    Quando o   Dr. Rapiti avaliou a tensão arterial daquele doente e este presentava valores de 180/120mmHg, o que o colocava em um alto risco      de contrair uma complicação grave.

Acontece também que este mesmo    paciente estava de       luto devido ao falecimento do seu filho, que perdeu a vida numa idade jovem    devido a um     derrame. O paciente estava preocupado com a possibilidade de também correr o risco de sofrer um derrame, se não buscasse ajuda. Os provedores de saúde realmente não sabem por que as pessoas adquirem pressão alta, exceto     por algumas condições médicas. Ultimamente e sobre tudo em África, muitos jovens com vinte e poucos anos estão sendo diagnosticados com HTA sem causa identificável ou tratável.

Estresse, falta de exercício, sono insuficiente, insuficientes e/ou deficientes hábitos alimentares como o alto consumo de sal contribuem para a alta incidência de hipertensão entre adultos jovens. O que precisava o paciente do Dr. Rapiti é de aconselhamento e tratamento para sua depressão, a fim de controlar sua pressão arterial, além de sua medicação usual anti-hipertensiva. A preocupação constante poderia ter como consequência uma falha cardíaca.

 

O Dr. Rapiti também notou que as pressões sanguíneas dos pacientes podem mudar dentro de um período de seis meses. É por isso que é tão   importante que um    profissional realize sempre o   controlo da pressão     sanguínea do paciente a cada visita. Uma leitura da   hipertensão   arterial   é insuficiente para diagnosticar a hipertensão. Deve ser repetido após cinco ou dez minutos e, se não for muito alto, a pressão arterial deve ser revista após uma semana para se ter certeza absoluta do diagnóstico. Muitas vezes, os medicamentos para HTA são prescritos rotineiramente, sem revisar se o paciente precisa de medicação.

 

O Dr. Rapiti conta duas experiências negativas com duas pacientes       mulheres que ignoraram      completamente a pressão arterial durante anos, apesar de as ter avisado dos perigos de deixar o tratamento. Uma delas com quarenta e poucos anos, foi levada às pressas a sua consulta, após uma ausência de   três anos, em coma   profundo com  uma pressão sanguínea de 300/200mmHg. Ela teve uma grave hemorragia no cérebro e morreu a caminho do hospital. A segunda paciente   apresentou   insuficiência   cardíaca grave   com pressão   arterial de   240/160mmHg  durante o tratamento que    levava a anos.    Sua pressão      arterial nunca foi    bem controlada,   porque ela não   aderia  com regularidade    a toma dos      medicamentos ou    mesmo    ao controle a sua pressão arterial.     Ela foi internada   e administrada medicamentos com sucesso,   mas   agora apresenta    insuficiência    renal     crônica,   eventualmente necessitará de diálise renal em um futuro não muito distante, contudo continua pouco aderente ao seu tratamento.

 

Muitos fármacos para pressão arterial têm efeitos colaterais intoleráveis ​​que forçam os pacientes a pararem de usá-los. Os pacientes devem informar seu médico por forma a ser prescrita uma medicação adequada para o paciente. Alguns comprimidos podem causar tosse intensa, inchaço dos pés, disfunção erétil nos homens e, raramente, mudanças severas de humor e ansiedade. Isso deve ser perguntado aos doentes durante a consulta, mas não se pode permitir aos pacientes que cometam o erro de parar os medicamentos sem usar algo mais adequado.

Tratar a HTA todos os dias com um comprimido é muito mais fácil do que viver com um derrame que deteriora a qualidade de vida. O frio e a gripe devem ser evitados    e/ou    controlados       adequadamente em    pacientes    com hipertensão. Bebidas energéticas   com alto teor     de cafeína    também devem ser evitadas. As máquinas digitais de pressão arterial em casa nem sempre estão em bom estado operacional, por isso deve-se aconselhar aos pacientes a ter cuidado de verificar o seu correcto funcionamento.

Os pacientes costumam cometer o erro de solicitar medicação repetida sem querer ser examinado. Um médico ou um provedor de saúde      preparado tem      que verificar a leitura da     pressão arterial para se certificar de que os medicamentos estão atingindo     o nível desejado.         Uma vez cada seis meses é geralmente adequado. A pressão sanguínea ideal é de 120/80mmHg. O tratamento é iniciado quando uma pessoa tem uma pressão arterial de 140/90 em mais de duas ocasiões. Pessoas com diabetes e mulheres grávidas com hipertensão devem ser monitoradas regularmente para garantir que a meta de 120/80 seja sempre mantida evitando complicações.

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