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VISÃO GERAL DE TUBERCULOSE EM PROFISSIONAIS DE SAÚDE DE MOÇAMBIQUE

Março 21, 2019

Autor: Maria Mico Polana

A tuberculose constitui um grave problema de saúde pública, com grande repercussão mundial. A sua presença, concomitante vem suscitando diversos impactos negativos na comunidade em geral.

Em Moçambique, a TB constitui uma das causas mais comuns de morbi-mortalidade em indivíduos vivendo com HIV/SIDA, tendo em conta que 36% de novos casos da tuberculose são co–infetados pelo HIV e, a taxa de óbito rondou em 6% em 2018. A importância clinica e epidemiológica da doença em nosso meio é amplamente conhecida pois, segundo a OMS, estima-se que cerca de 163 mil pessoas são infetadas anualmente pela doença em Moçambique.

Todavia este cenário, faz com que o controlo e prevenção da TB na comunidade e nos serviços de prestação de cuidados de saúde, represente um desafio a todos os níveis da esfera de saúde publica, o qual é aumentado pelo surgimento de cada vez mais de formas de TB Resistente (TBMR) implicando necessariamente maior esforço em termos de recursos humanos, financeiros e logísticos para o combate da epidemia.

Entre os grupos de risco para essa infecção estão os trabalhadores de saúde – um dos grupos de risco de contrair a doença, associado ao tempo de exposição a pacientes com a doença durante o serviço, a demora no diagnóstico bem como o incumprimento das medidas administrativas de controlo ambiental e de proteção respiratória individual. Como consequência, há um risco acrescido da probabilidade da ocorrência da transmissão nosocomial quando as medidas preventivas que visam salvaguardar a saúde do trabalhador são deficientes ou inexistentes.

O Ministério de Saúde de Moçambique, através do Programa Nacional de Controlo da Tuberculose implementa desde 2008, o programa de Controlo de Infecções por TB (CITB) nas unidades sanitárias do país e, neste âmbito em 2010 a Jhpiego, parceiro de cooperação do MISAU, apoiou na realização do primeiro estudo nacional intitulado “Avaliação rápida: Risco de transmissão da TB e grau de cumprimento das medidas de CITB nos locais de cuidados de saúde em Moçambique”. O citado estudo serviu de base para a definição de directrizes gerais no combate à Tuberculose no País, descritas na “Politica e Plano Nacional de CITB em US e ambientes conglomerados de Moçambique”, aprovada em 2010 de implementação a nível nacional.

No intervalo de 2016 até o final de 2018, o Ministério da Saúde formou 412 formadores provinciais em CITB de todas as províncias do país, e foram apoiados a elaboração de dos 238  planos de controlo de infeções para TB (Figura 1) os quais estão disseminados a todos os trabalhadores conforme ilustra a figura abaixo.

Figura 1. Número de US com planos de CITB elaborados e funcionais no país até 2018

Durante a elaboração do plano de CITB, os profissionais de saúde são formados em serviço para garantir o acompanhamento de medidas administrativas, ambientais e de proteção respiratória através do uso do respirador N95. Paralelamente, o MISAU levou a cabo mais de 200 rondas de supervisão e assistência técnica baseado na ferramenta de avaliação de risco para infecção por TB – Dashboard e, como resultado destas rondas 40% das US com plano de CITB alcançaram 80% de desempenho nas medidas de CITB. Estas acções, também permitem estabelecer mecanismos para o rastreio periódico de TB em profissionais de saúde através dos gabinetes de consulta para o profissional de saúde, priorizando aqueles afectos em serviços com maior produção de aerossóis. Neste contexto, nos últimos 3 anos, resultando da vigilância ativa para determinação precoce da infecção por TB em.128 US de 10 províncias, 26,503 profissionais de saúde foram rastreados por TB dos quais 492 foram confirmados TB activa (Figura 2) e arrolados aos cuidados e tratamento.

Figura 2. Número de trabalhadores de saúde confirmados activa TB, 2016-2018

Fonte: Resumo mensal da consulta do profissional reportados pelos supervisores provinciais de SSAT

Actualmente, mais profissionais de saúde estão mais consciencializados em relação a adesão na implementação das medidas de CITB assim como as actividades de rastreio periódico de TB, porém as acções de vigilância de TB em profissionais de saúde tem aumentado e como resultado, mais profissionais de saúde têm oportunidade de serem diagnosticados TB precocemente.

É tempo de juntos acabarmos com a TUBERCULOSE em Moçambique.

 

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